Retaliação
“O que me assusta não é o barulho dos maus, mas o silêncio dos bons".
Lutar por amor, uma linda maneira de demonstrar e romântico, quem não gostaria disso?
Morrer por amor é lindo, mas, quando é o seu amor que te mata?
Bem, isso não vem ao caso, por agora.
Matteo havia me deixado, alegando que eu era um “psicopata fodido”, bem, psicopata eu até esperava, porém “fodido”?
Antes dele ir eu disse “se você tentar me deixar, vou te achar”.
Ele se mudou para longe, e até modificou o visual, porém, não adiantou muito, pois, sei de tudo.
Sei do seu novo emprego, em uma empresa de contabilidade no centro da cidade. Sua casa fica a 30 minutos de carro do seu novo trabalho. Ele até deixou no passado o seu lindo cabelo pintado de loiro (uma das partes que eu mais amava dele), e agora usa um tom castanho, cor de madeira, que combina profundamente com os seus olhos verdes.
Na hora do almoço ele sempre come em um restaurante próximo ao seu novo serviço, a caminhada dura uns 10 minutos.
Ele será meu novamente, já que ele nunca devia ter me deixado.
Fiquei esperando Mat sair para o almoço em meio à multidão. Quando avistei ele saindo do seu local de trabalho, fui atrás dele.
Para chegar ao restaurante ele tinha que passar por um beco escuro. Só um doido andaria por lá sozinho ainda mais em uma cidade como essa cheia de categorias de pessoas. Quando virei na esquina, entretanto, Mat desapareceu. Onde ele foi? Matteo tinha realmente passado por aqui, não era eu o doido da história.
Subitamente senti uma forte batida na cabeça, tão forte que senti danificar o meu crânio. Minha visão ficou turva e caí no chão. Droga! Eu havia calculado até o mais mínimo detalhe, porém, aconteceu de eu esquecer o mais importante.
***
Kyoko era um doido sociopata por natureza, até mesmo o amor que ele alegava sentir por mim não bastava de um de seus caprichos. Nunca senti o seu amor. Então, um dia, decidi me livrar dessas correntes e começar uma nova vida longe desse maníaco, porém, ele não aceitou o seu frágil ego e feriu e ele faria de tudo para recuperá-lo. Quando percebi que ele tinha vindo atrás de mim, decidi finalmente botar uma basta de vez daquilo, já que simplesmente me afastar não havia dado bons resultados.
Decidi esperar o inimigo atacar, deixá-lo se sentir no controle para agora derrubá-lo e deixá-lo sem possibilidade de alguma reabilitação.
E como um besta que gosta de se sentir superior, Kyo tinha feito tudo como esperado. Agora só bastava a mim, continuar o que nunca começamos.
Para Kyo o amor significa o mesmo que dor.
A regra era clara, ou ele, ou eu.
***
Acordei em um local escuro, como um galpão abandonado. Amarrado em uma cadeira, da cabeça aos pés com correntes.
"Por onde devemos começar” Mat falou como uma voz sinistra, não era como ele costumava a falar, isso era estranho.
Matteo olhou para um cano que, mesmo estando escuro, ainda conseguia ver uma grande barra de metal.
“Você não vai fazer oque estou pensando não, né, amor?” falei gaguejando as últimas palavras.
Porém ,Mat não falou nada, apenas me fitou com ódio. Um olhar fala mais do que mil palavras. Isso foi pior que ele tivesse dito algo.
O garoto de cabelos castanhos pegou aquela pesada barra de ferro e, sem aviso algum, ele bateu no meu rosto, diretamente na minha bochecha. Senti um forte gosto de ferro e alguns dentes quebrando. A dor que eu sentia era muito forte a ardência misturada com tontura. No entanto, antes que eu pudesse recuperar, veio outra, outra, e outra batida. Foram tantas vezes que já desconhecia um lugar na minha cabeça que não estivesse doendo.
Depois que Mat se cansou de me bater com o pedaço de ferro ele pegou um alicate de seu bolso. Quando percebi o que ele ia fazer comecei a gritar, porém, engasguei com o sangue e os dentes quebrados.
“Vamos ver o que dói mais? Um dedo ou uma unha arrancada à força."
Juntei toda a força que me restava e comecei a me remexer, tentando magicamente me livrar daquilo, mas como esperado, sem sucesso.
Mat pegou a minha mão esquerda e botou na sua e apertou como casais fazem, uma ação que nós já havíamos feito várias vezes, porém, agora era diferente. Então com a outra mão mm pegou o alicate e arrancou o meu dedo anelar esquerdo, gritei, gritei e gritei, já não me importando com a dor que o grito me causava, já que o dedo cortado fora tinha me causado uma agonia bem maior.
“Calma, ainda nem começamos.”
Então Mat pegou o meu dedo indicador e arrancou a minha unha, outro grito foi dado, tão forte que me perguntei se alguém além de nós e o demônio havia ouvido, mas como ninguém nunca apareceu a resposta provavelmente é não.
“O que dói mais? Um dedo arrancado ou uma unha, em? Qual? Me repanda, porra!”
Em nenhum momento da minha longa e demorada tortura, Mat me deu anestesia ou algo para cessar a minha voz. Ele queria me ouvir gritar, implorar pela minha miserável vida até ele se sentir farto. Mat era um psicopata, alguém que se alegra com a dor dos outros, sempre percebi aquilo nele, porém, decidi ignorá-lo já que também não era um bom exemplo. O remédio para alguém doido e alguém mais doido ainda.
“ME RESPONDA!”
“O dedo.” falei chorando.
“O meu amor não significou nada para você." eu disse já com a voz fraca quando Mat cortava o meu dedão da mão direita.
“Você tem um tipo de amor que eu não quero.”
Quando os meus dedos e unhas das mãos foram devidamente arrancados, Matteo partiu para a próxima fase.
Mat pegou uma faca que reluziu no escuro de tão amolada que ela estava.
Ele pegou a faca e enfiou bem no meu estômago, já não sabia como ainda estava vivo após longas torturas. Realmente, o diabo leva mais tarde pessoas que fazem o que ele gosta.
Matteo deu mais 15 facadas no meu estômago e eu já não sabia quanto tempo eu ia durar, porém, ele iria fazer com que aquilo atrasasse o mais demorado o possível, já que o seu objetivo era fazer eu sofrer cada mínimo detalhe.
Quando pensei que eu realmente ia ir , Mat disse com a sua voz monótona.
“Finalmente estou lhe retribuindo o amor que você me deu. A dor."
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